4.1.07

joga por terra teus medos
e experimenta te entregar para mim,
inteira,
como quem só quer a felicidade sem fim.
.
aproveita e livra tua mente dos questionamentos.
tenta sentir apenas o embalo do meu abraço,
e o calor do meu beijo.
deixa, que os sentimentos turvarão os pensamentos.
.
fecha os olhos e imagina o toque dos meus dedos,
deslizando pela tua pele macia, causando arrepios,
e imagina também a minha expressão de encanto

de pura embriaguez na tua figura,
na tua candura em se fazer mulher
só para me ter aos teus pés.
quiçá, quisera eu,
casar com a primeira
que visse pela rua,
e que fosse como ela,
linda... nua.
quicá, quisera eu
não tê-la perdido
tê-la mantido no calor do meu coração
para que nem na mais fria estação
ela sentisse o frio da solidão.
quicá, quisera eu
que ela me amasse tão forte
e, com sorte,
driblaríamos a morte.
não seriamos atol em oceano de fel
ah! vida cruel, que me separas dela
joga-me no inferno,
e a deixa distante,
no céu.
são coisas do coração,
tudo aquilo que passa diante dos olhos,
e que deixa arrasada a razão.
sentimentos que gritam e que enlouquecem,
que desmancham e remontam as visões,
que confundem, e declaram entregue à paixão
aquele que simplesmente não se permitia enganar.
sua pouca experiência tentou negar,
mas ninguem é imune à emoção.
mas, de tudo, o que mais me agrada é sentir tua respiração
calma,
a estufar o peito, aproximando-te do meu coração

pois tenho assim a certeza de que não é um sonho.

e, com olhos fechados, um sorriso feito,
tímido
a certeza de que, ao abri-los, tu ainda estará ali
respirando e também sorrindo,
me faz voar.

voar e viver.

2.1.07

Excitação

crava tuas unhas na minha pele...
e rasga-a!

só assim tu sentirás o que está em mim,
fervente,
esvaindo-se pelos sulcos que fizeste,
profundos,
em momentos de loucura e insensatez,
segundos,
nos quais se perdem os sentidos,
desnecessários,
para que se encontrem as almas,
inebriadas.

Da falta que me fez

sim...
eu visto preto.
mesmo estando contigo, feliz, encantado, apaixonado.
sim, eu visto preto. e é por luto.
por desgosto mesmo!
fria infelicidade que queima...
é o luto,
por todos os anos que eu não respirei do teu ar.

Declaração

escuta-me!
enquanto eu ainda tenho minha mente.
prometo ser rápido para não adiar nossa felicidade.

mas eu tenho que falar antes que tu te aproximes
e leve embora a minha sanidade!

olha nos meus olhos e diz para mim que acredita no que eu digo,
que estará tudo bem se essa felicidade
que, por ser incrível e surreal,
seja por mim encarada como um sonho,
quiça uma realidade sobrenatural,
da qual não quero acordar,
e na qual quero viver.

1.1.07

dançando na chuva
pisando nas poças vermelhas
misturando água, terra, sangue e indiferença.

aos corpos mutilados, um protesto
por estragarem a paisagem
e por macular, em escarlate, o dinheiro e a vida.

saudamos os pés que brincam serelepes entre os pedaços.
por não se importarem com a dor
e por fazer da vida algo que se esquece para se continuar.

e que maldita seja a água que cai,
e que se mistura às inúteis lágrimas,
na tentativa idiota de limpar as feridas.