31.12.06

o teu cheiro
e a ausência do teu gosto em minha boca
me levam ao desespero.
te quero, então, com uma vontade louca.
.
eu fico horas a sonhar!
imaginando mil e uma maneiras de te beijar.
mas eu te vejo e me entrego, me perco
e tudo que acontece é natural, me tira o sossêgo.
.
e só me resta saber que é nosso,
todo nosso, o momento em que ambos nos olhamos
e toda a importância da vida se resume ali.
.
só me resta de memória o segundo em que te vi,
me encarando, com um sorriso cúmplice.
a dizer que é real o momento que vivi.

22.12.06

Oração

pousa
tua mão em meu peito
e me diz, baixinho
que ele é, agora, teu leito
.
e sorrindo,
tenta escutar meu coração
que bate acelerado
ofegando a respiração
.
e não te mexas!
não quero perder um único segundo
dessa visão tão doce
.
e descansa...
teu sono eu juro embalar
e dos teus sonhos eu quero participar.

21.12.06

Dependente

és tu quem me traz
a minha paz
e és tu quem a leva
quando vais embora

é triste me ver abobado,
tanto quando tu vens,
quanto quando te vais.
levando minha paz.

e meu sossêgo se desfaz
quando não te vejo mais
e a saudade é, então, atroz.

é quando tu vens
que eu me entrego
à sofreguidão como me tens.

16.12.06

saboroso é o teu beijo
que me enche a boca d'água
da mesma forma que a tua imagem faz descompassar o meu coração
leve que fica ao te ver aproximar-se
.
balançando os cabelos, lançando-os ao vento
espalhando por aí o perfume que me embriaga
me torna sedento do teu colo
faz meu pensamento todo pura fantasia
.
e, se o fazes sorrindo, vens me olhando
nossa! juro que me perco em devaneios
pela grandeza da formosura que fico admirando
.
e me encabulo, ora pois!
ao te ver tão perto, a te querer tão forte
a ponto de suspender a respiração, para sorrir também

Qualquer coisa!

eu tenho um bilhão de estrelas para te dar
mas vôo alto e busco muitas mais
se tu por acaso achar que podem faltar
ou que o brilho delas é pouco para o teu colar

eu também posso mergulhar em todos os oceanos
e pegar todas as pérolas que existirem
a ponto de tu marcar teus caminhos com elas
para não te perder, e para que elas te iluminem

mas eu também posso ficar quieto
do teu lado. te ouvindo respirar
tentando imaginar com o que estás sonhando

tentanto não te acordar
mas louco para que despertes e me veja... e me beije
e me dê a alegria de contigo sonhar
não!
nem tudo é efêmero
nem tudo passa como o dia cansativo
nem tudo precisa de uma noite para esconder-se
.
tenho a certeza de quem vive pensativo
tentando achar a desculpa para defender-se
não querendo parecer vivo em algo desconhecido
como se, para ser feliz, fosse necessário um visto
.
e a tenho mesmo não achando a resposta para tal loucura
a certeza está antes na reciprocidade, do que na lógica da verdade
está antes na busca, na sensação, do que na resposta
.
está velada no próprio desejo de saber,
pois não se sente algo que não existe,
não se busca por aquilo que se duvida, que não se quer ter.

10.12.06

mistura de mulher elegante e menina provocante
deusa exuberante que mata com um olhar
cativa. suspende-me a respiração ao passar
transforma-me naquilo que tem por amante

é, agora eu sei, a vida a pulsar
é, não quero negar, mais do que sonhei possuir.
não! não é posse! ah! palavras malditas que não são sentimentos
exprimem, e mal, no máximo meus pensamentos.

que triste sina é essa a minha:
ter a imagem perfeita da musa na retina
o amor perfeito no coração palpitante.

e não conseguir a reprodução fiel (seria sacrilégio!)
nem a definição ideal (praticamente adultério!).
por isso é que rabisco papéis, hesitante.

9.12.06

Arrebatamento

um farol que ilumina o nada,
e que compete com a lua
em brilho refletido na superfície nua
na qual se resume o mar de minha alma

exposta que é às intempéries da vida
mas que as ignora
visto que o tal brilho de farol
ofusca qualquer outra coisa que não seja maior que o sol

e é justamente essa nova luz que brilha
o motivo do meu espanto
pois é ela que me mostra a cada dia um novo encanto

em ver que há sim momentos... e há também recantos
que, não mais escondidos no escuro em que me fechava,
se revelam ao brilho do teu sorriso de felicidade rara.

8.12.06

e agora? que me dizes disso tudo?
do desejo violentamente doce
que consome a razão,
que a distorce em fantasias mirabolantes
realizáveis, ouso imaginar!, numa noite de verão
se não for ela pouca!
e também no inverno, por que não?
bastando-nos a vontade louca.
.
dirás tu que é exagero?
minha resposta a isso seria uma gargalhada
um beijo quente, com o tal desejo
e a certeza em dizer que tu ainda não vira nada
sinta meu corpo queimando
e minha alma em expansão
desejosa de extrapolar os limites físicos
e explodir o amor num frenesi de emoção
.
sinta, e não se acanhe em sentir, os meus arrepios
ouça os sussuros, inconfundíveis sinais de prazer
que, bem como os tremores e os olhos fechados,
denunciam o meu estado, louco a te querer
.
eu, que nunca tentei esconder,
declaro-me, agora, cativo dos carinhos teus
sedento dos beijos que me dás à luz da lua
.
eu, que nunca fiz nada para fugir,
estou, agora, preso a tua armadilha que não tortura
antes liberta... me solta para a vida sem medo de cair
não me acene com o dia de amanhã
caso tua intenção, hoje, seja negar-me tudo
te quero e não consigo esperar, sozinho num afã
pois são incontroláveis os pensamentos que tomam meu mundo
quando de ti longe e carente,
abandonado, praticamente
com sorrisos que não duram um segundo

5.12.06

esconde-se num cativante véu de inocência
assim podes brincar ao provocar
ao fingir ignorar meu estado de demência
louco o suficiente para também querer brincar.
.
não sabemos, ou melhor, não queremos saber
das conseqüências que atos como estes podem trazer
apenas nos doamos, mesmo que ela insista em não admitir
e eu tente a ela não sucumbir.
.
mas eu não reclamo!
longe disso! eu antes agradeço
me sinto vivo. alguém, por mim, tem apreço.
.
e mesmo que uma vez ou outra a saudade bata,
mesmo que eu sinta o peito apertar,
é impossível esconder a leveza que me traz o fato de amar.
línguas, ambas em nós
fazem-se e desfazem-se em confusões excitantes.
leve bagunça que existe quando estamos a sós
longe do mundo e dos lamuriantes
.
traduzem a busca louca, pelo toque, do corpo.
é a mais pura expressão do desejo mais latente
que não se contenta, não é saciado
antes aumenta, a cada nó desatado
.
e a distância que surge quando nos olhos mergulhamos
pequena o suficiente para a respiração ofegante sentirmos
não mais faz do que decretar a ausência dos juízos,
.
e anunciar que não satisfazemos nada além dos caprichos.
doce veneno, à vida pacata, é essa gula
que nos deixa absortos em sonhos de luxúria

3.12.06

são os espíritos que se calam
o vento que pára para não espalhar os sussurros
dos amantes abraçados num só desejo
amando uma só vida
.
querendo sentir cada vibração,
cada gota de suor que escorre.
querendo ser o fim e o começo de cada emoção
o derradeiro depositário um do outro e do amor
.
e tudo isso dura apenas segundos
tudo se resume ao ato da entrega inconsequente
é tudo em tão pouco, por isso extasiante
.
mas engana-se quem pensa que, de tão ínfimo não valha o sacrifício
de tão istantâneo seja passageiro e efêmero.
é, antes, o segredo da vida. um ofício divino.
qual!
não vejo graça em não ser exagerado
não existe pudor algum que me refreie
ou que me faça pensar antes de te amar
.
não há forma humana,
e, quiçá, nem divina
para que me expresse com exatidão
e isso me tortura, abrasa como sal em ferida crua
.
não imagino tampouco
outra forma de mostrar aquilo que sinto,
mesmo que seja aproximada, essa entrega sem medida, dilacerada
.
e então, ah! não ouso pronunciar em voz alta
sob pena de despertar a ira invejosa dos demais
portanto, em voz baixa eu direi que para sempre te amarei

Meu lugar

e tentei eu fugir numa noite estrelada de verão
não por dor ou por tristeza, mas antes com um sorriso
pois já incapaz de resistir à tentação,
pensei ser melhor correr em desatino

mas que triste a percepção que eu tomo com desdém
não mais me presto a tentar me esconder do destino
pois também ele sabe me encontrar na confusão
mesmo que nela me meta não querendo estar perdido

e ah!, dirás tu
zombando de mim por querer esconder-me logo nos teus amores
nos teus carinhos de deliciosos sabores

sabia eu que acharias-me facilmente
pois também eu não queria estar mais perdido e bem achado
do que no teu colo, com teu calor intenso e perfumado

2.12.06

Fixação

ah! que coisa mais insistente
esse pensamento todo que a ti tudo relaciona
e ao tudo me torna indiferente
como se mais nada no mundo inteiro valesse a pena

de incrível solicitude a tua imagem em mim gravada
acalma, provoca, faz rir e põe sol no céu todo dia
mesmo sendo espera de demora exagerada
me torna alegre ao saber que a noite não será fria

e não nego que as vezes me pego em triste desalinho
como se ao nada eu estivesse jogado
como se mais nada a não ser a imagem me fizesse carinho

e, de repente, desperto de sobressalto, espantado
lembrando que ainda não é chegada a hora de te ter
e volto para a vida, ainda mais desisteressado

te amo, morena

26.11.06

de costas para o mundo
chorando em um túmulo que é, agora, também o meu
eu apenas ouço as folhas que balançam com a brisa
um pouco mais cedo e ouviria ainda o orvalho a gotejar.
.
enterro as mãos fundo nos bolsos,
mas o que eu queria mesmo era te abraçar.
sentir ao menos mais uma vez o teu perfume
que me lembra noites felizes de luar.
.
(lágrimas nos olhos... o peito a descompassar)
e eu grito que já não há mais como,
nem te apertar de encontro a mim
nem viver sem ti.
.
e eu decido que viver morrendo aos poucos
é pior que viver um último instante durante a morte.
e então fecho os olhos, e lembro com força de nós, felizes...
e não abro nunca mais, com medo de perder a imagem.
morro!
adoras me ver cativo
sedento do teu charme e brilho
a me deliciar nas tuas curvas
a olhar, incrédulo e estupefato, a monumental escultura que és

há momentos, não raros
e de fácil percepção,
que me perco...
sonho de olhos abertos
acariciando-te, beijando em desejos a tua pele
aspirando longamente teu perfume.

e quando desperto dessa ilusão tão real
e vejo teu sorriso,
vejo que sabes o que senti e o que sinto por ti
ah! nenhuma vergonha me assalta!
não há receio em ser vítima da provocação
não há porque temer demonstrar a candura e a pureza da entrega
seria como ter medo de ser feliz,
querer mascarar o que me faz sorrir.

mil pensamentos me sacodem a mente

outro milhar, composto por desejos e anseios,

não de grande dificuldade,

mas de infinita significação,

oprime o peito e seca o grito n´alma.

faz morrer qualquer outra vontade,

eclipsa aquilo que se apresenta sem ti.

e, na verdade, nem me importo!

não perco nada não tendo aquilo que de ti carece!


tais devaneios encontrarão eco n´algum lugar feliz

se, para tamanha felicidade, nascemos

eu, com minha loucura exagerada,

entrega exacerbada,

oferta daquilo que nem sei se tu queres;

e tu, com teu silêncio provocante,

olhar cativante,

que supostamente ignora o paraíso no qual se constitui para mim.

15.11.06

olhem! e vejam que espetáculo de mulher!
o raro presente que me é dado
um tesouro que foi a mim confiado
e que não é como a chuva que molha todos e a qualquer!
.
percebam como ela me tem sem esforço,
preso ao seu encanto de brinquedo novo.
mas muito mais do que um objeto do qual poderia enjoar,
é ela algo como uma deusa, que abençoa a quem a venerar
.
abençoa não! pois que aquilo de bênção eu não posso chamar!
é, antes que isso, um feitiço
que só age naquele que não têm medo de se deixar enfeitiçar.
.
ah! mas quantas palavras falo eu sobre ela
a vocês que nunca entenderão sequer uma centelha
posto que com ela jamais terão a honra de estar!
por ti,
de mim os desejos tomam conta!
imperiosos, fazem
comigo o que querem.
até parece,
com tais lamentações,
que não somos nós os que a eles dão fogo,
e combustível...
pobre vício,
indelével e de fonte presumível,
leva as culpas e expiaria também as penas
não fosse a minha falta de tempo em cumpri-las.
tempo esse que extravio,
ou melhor,
docilmente invisto,
em devaneios absurdos.
certo de que nunca acabarão os sonhos
nem se perderão os momentos em que realizamo-los
tua presença, ao mesmo tempo que tortura, sublima
ao mesmo tempo que destrói, fascina
e de todo tempo em que admiro tua figura
duas coisas marcam lembranças profundas:
teu sorriso de quem sabe que tem o que quer.
e teus olhos, que têm de mim exatamente a medida do tudo.

é por isso que tortura...
pois eu quero esconder,
não quero parecer tão facilmente encantado;
e destrói, pois arranca a máscara,
tira o véu da força.

e é só por isso que sublima,
como curar as feridas por debaixo da armadura sem tira-la?
e fascina,
pois ensina aquele que não se quer encontrado,
que fugir daquilo que todos procuram
é o pior e mais punível pecado.

4.11.06

pula!
se joga e deixa que o vento abra tuas asas
daqui de cima o abismo só parece profundo
pula! não tenha medo de arriscar
de qualquer forma morreremos um dia
e por que não morrer sentindo um friozinho na barriga?
pula! e saiba que pularei junto contigo
e apesar de saber que minhas asas não abrirão,
não quero perder esse instante de felicidade teu
pula! eu disse, seja livre, seja como tu és
eu não me importo com mais nada que não seja isso
eu quero te ver cumprindo o teu destino
pula! que eu sentirei teu perfume sendo espalhado pelo ar
pois eu sei que não é agora que tu vai cair
olhe ao seu redor... estamos sós aqui
pula! que eu pularei também... estarei do teu lado
para tudo que acontecer...
mesmo que seja só em pensamento
pula! e não se sinta culpada por nada... ou por tudo
eu que decidi... eu que não abri mão de ser companheiro
e espera, porque lá do fundo eu gritarei lívido:
eu disse! eu disse que teu destino era ser anjo!
num sábado introspectivo.

29.10.06

um testamento quem sabe.

veja
que lindas as sombras que o sol e a cortina fazem no chão!
parecem dançar...
estão, na verdade, anunciando o fim de mais uma tarde.
os pássaros lá fora,
nos galhos da árvore na qual tanto nos beijamos,
cantam,
e cantam felizes, pois desconhecem o seu fim...
o fim de tudo. só sabem que o verão está próximo.
o vento que abre as janelas,
que bagunça a toalha da mesa,
que inunda a casa com o perfume da saudade,
é o mesmo que passa por entre as folhagens do jardim,
é o mesmo que desajeita ainda mais o bailar de uma borboleta,
que afasta pequenas nuvens, deixando o céu límpido,
perfeito.
ele, o céu, é o mesmo há muito tempo.
tanto tempo que nem lembro, afinal, não era para ele que eu sorria feliz...
sorria.
eu posso ver que nada mais importa.
eu já fiz o que deveria ter feito.
eu já fumei meus cigarros, já ouvi os discos que queria,
já pulei das alturas que temia, eu já fui feliz.
fui não!
ainda sou.
sou feliz por tudo aquilo que tive.
e esse mesmo vento... vou rir com ele quando derrubar as flores de meu túmulo,
só para que elas encostem no teu.
enquanto uns citam quintana e outros drummond de andrade
para falar de sentimentos que, quiçá, não conheçam a metade
eu abro o meu peito e grito para que todos ouçam
o que trago no coração e tenho como verdade!
.
a ínfima linha que separa a loucura e a realidade
inexiste quando minha vista de ti toma parte...
tua nuca cheirosa que espanta o mundo a volta
faz querer parar o tempo e esticar a última nota.
.
tua boca provocante e que promete um espetáculo sem teto
faz de mim refém absoluto, cativo liberto por aquela magia
o nome que para isso deram, aposto que jamais chegará perto
.
do tamanho surreal da felicidade que nos permitimos
quando do abraço apertado ou do beijo roubado
ou quando, sob as estrelas, apenas olhares e sorrisos.
pra ti, morena.

15.10.06

não sei se a coragem de pular tua janela
será duradoura o suficiente
para, num arrombo de loucura inconseqüente,
despertar-te do teu sono, ó bela!

toda essa dúvida e incerteza
se dá pela figura que faz,
de provocante e silenciosa beleza:
tuas costas nuas, num desafio sagaz.

é sob a luz de cristal do luar
refletida nas ondas do teu corpo
que estão as escolhas que irão me matar:

acordar-te, para que ouças tudo que eu ensaiei
ou admirar a beleza misteriosa do que vejo,
que brinca perigosamente com tudo aquilo que desejo.

14.10.06

momentos difíceis.

em mochila minha
achei um fio de cabelo teu
e, com ele e fantasia,
viajei até o recanto meu
.
recanto esse, lugar de alegria,
teu colo, morena, que me extasia
faz feliz o meu pensamento, todo teu
e, na noite, espanta o medo que tenho do escuro breu
.
e é por isso que faço estes versos
simples de forma, mas de conteúdo completo
tão real e infinito quanto o próprio Universo.
.
traduzem, eles, emoções das quais o coração é repleto
balbúrdia confusa que a alma sacode
e a faz perceber que, por ti, meu ser tudo pode.
beijo, morena. =*

7.10.06

acaricia-me o peito
enquanto deitados estamos, sob as estrelas
eu a procurar uma constelação de beleza semelhante ao teu olhar
e tu a imaginar o quê aumenta meu sorriso incontido.
guardemos as melhores juras ditas num cúmplice silêncio
e, além delas, as lágrimas de uma felicidade sem motivo.
que a efemeridade de todas as coisas é infinita eu sei...
mas sei também que a calmaria desprendida pelos círculos que fazes com teus dedos em meu peito
é, acima de tudo, a eternidade de um sentimento verdadeiro.
no trem. num dia feliz.
que parem de ler agora, os românticos inveterados
pois o que vou dizer destruirá seus sonhos mais encantados
direi eu, com a sabedoria imortal de quem está apaixonado
que mulher perfeita não existe, com exceção desta ao meu lado.
.
só os meus sonhos (realizáveis!) restarão intactos
depois dessa verdade, dita sem o menor pudor.
que, apesar de parecer cruel, só traduz meu amor,
apego que tenho ao teu gosto doce em meu palato.
.
e então, minha linda, poderemos ver se o tempo
pobre servo cego da mudança constante,
não fugirá, medroso à constância de nosso sentimento
.
e todos os outros verão que seu estado ignorante
motivado pela busca incessante por aquilo que eu encontrei,
era inferno, comparado ao paraíso da verdade que agora têm!

1.10.06

E ela me leva a loucura!
E é bom.
Ao mesmo tempo em que prende, liberta e torna leve,
expande e pára o mundo só para nós dois.
Ao mesmo tempo em que me vejo indefeso e viciado,
me vejo forte, pois encantado,
forte por conseguir ser eu mesmo,
forte por estar ao seu lado.
E é bom.
É perfeito, o mundo, nesses momentos!
Nada que eu diga será suficiente para demonstrar minha admiração e minha entrega...
Nada fará jus ao que eu sinto, quando estou do lado dela,
sentindo seu perfume, olhando em seus olhos e sorrindo...
Perdido e aconchegado.

23.9.06

com rosas roubadas de um jardim cercado
peço-te, com timidez na cara, desculpas.
eu não sei o que fiz de errado...
mas isso também não importa a essas alturas!
.
contudo, sem teu carinho, ficar é difícil
olhar para a vida e sorrir se torna impossível!
todas as outras coisas... nenhuma delas me interessa.
passo por elas como quem corre, com pressa!
.
e, por isso tudo, aqui estou
com as flores arrancadas
totalmente bagunçadas, presas à mão
.
pendem, perigosamente, inseguras.
parecem prever que seu destino é o chão!
caso teu beijo não acalme meu coração
..
...
não é um pedido de desculpas. mas quem sabe se não será usado como tal um dia?

16.9.06

A vida é feita

eu digo que nós podemos
e devemos
tentar.
façamos aquilo que ninguém quer.
não ousam, temerosos,
ousar.
apostemos em nosso nós,
rindo com as descobertas,
chorando, quem sabe?,
sob as cobertas,
mas rindo sempre!
felizes que estamos,
deixemos as coisas irem,
ajeitar-se-ão sem planos,
fazendo de nós cobaias da vida que nós queremos...
senhores do mundo que nós temos...
alegres um com o outro e ambos com o destino,
que,
em desatino,
enganado que está, sorri nervoso,
e nos deixa passar cantarolando,
pelo caminho tortuoso até o paraíso.

14.9.06

=]

nem vou dizer para quem é.

pequena menina morena,
minha perdição,
banho de chuva no calor do verão:
me és como a luz da lua
que ilumina o namoro na rua,
única e essencial,
linda e especial.
dou-te minha sorte grande,
e meu mapa do caminho até o céu.
sem medo, viverei errante,
precisando apenas dos teus beijos de mel.
=]

9.9.06

é para a morena.


palavra que repete o pensamento
repetição essa que seria tormento
se não avivasse o desejo
que de ti e por ti tenho
e que aumenta,
incomensuravelmente inconsequente
toda vez que aspiro o teu perfume
que vejo teus olhos e teu sorriso,
encantadoramente lindos,
a me prometer o paraíso.
credo como eu estou feliz!

11.8.06

última aula de Português1.


melhor que os de sexta.

eu já não preciso de qualquer amarra.
pois agora eu já sei o que me espera.
das coisas que a gente aguarda
nalgumas delas o desejo impera!
e, quando delas não temos nada,
a dor é sempre aguda.
mas nem perto ela passa
da saudade que temos e que amassa.
que vem quando já tivemos na vida
uma pequena graça...
um dia de desejos satisfeitos,
loucura passageira que só tem por efeitos
marcas que lembram defeitos.
é de quem se identificar com ele.

5.8.06

não está tão bom como eu gostaria, mas vai mesmo assim. 04/08


.
de olhos lânguidos e entreabertos,
observando a modorra da noite que passa
sente que as coisas vão fora de controle;
decisões que tomamos em momentos de ameaça.
como um leão que, faminto, come os filhotes da prole.
.


a verdade é que estão horríveis... mas foi o que de melhor eu fiz neste dia.
das esperanças que a vida nos dá,
algumas vezes sinto vontade de ignorá-las.
pois têm, elas, a mágica facilidade
de sempre deixar os sonhos na estante,
para a próxima oportunidade.
.

4.8.06

escrito durante o preenchimento de uma folha (besta) qualquer que a professora Caroline Bonilla (ela disse para chamar de Carol!) pediu.
.
ela queria a idade.
saber se tinhamos já formação superior.
e o que queríamos com o estudo do Direito.
.
.
obvio que ele foi parar na folha.

como a rosa germinada,
que permanece incólume e latente
mesmo após o frio da madrugada,
assim deve ser o ideal de um homem,
altivo e forte,
sonhando com o amanhã
mesmo diante da morte.
.
.
só para constar que tenho consciência de que perdi uma partida... mas, com dois lances de mestre, estou vivo em duas outras dificílimas.

31.7.06

escrito durante a proveitosa aula de Português1 na faculdade.
era para impressioná-la, mas ela saiu antes.


nas coisas, as quais eu vejo,
sinto que já não percebo todo o brilho,
aquele lampejo,
que faz dos teus olhos o meu desejo.
também sinto que aquilo que almejo,
assim como a melodia de um realejo
permanece, agudamente, em meu ser
parece até memória de um beijo.
eu já não consigo nem pensar!
os sentimentos sabem tomar o lugar,
como o sol que preenche de luz o céu do dia.
queimando como brasa... e eu sabia que ardia!
mas, veja bem, ter-te é além de conquistar.
é querer, contigo, dividir as alegrias de saber amar.
hei! cassi, continuo com meu problema quanto aos títulos. beijo para você.

30.7.06

coisas do passado:

doces carinhos que trocamos entre juras de amor eterno
companheirismo em tardes frias sob o sol de julho
os pássaros sabem do que falamos
e minha memória desvia das lembranças,
enquanto no peito algo aperta,
e dos olhos, algo cai

nem só de saudades me dói a alma
a solidão ajuda...
ninguém me teve como tu
e, acho eu, que a culpa é minha
ainda te procuro pelas ruas
ainda espero sentir teu perfume doce
teu toque único
teu beijo úmido

se a vida so nós separou por um momento
que ela torne a nos unir
só para a todos provar que nós vivemos o que todos procuram
que sabemos que a dor de hoje não é nada mais que a saudade do passado,
ou o desejo de um futuro.